Foco na avelã: como a Ferrero ‘dribla’ a alta dos preços do cacau na Páscoa
A Ferrero aposta na avelã para mitigar a alta nos preços do cacau e garantir o acesso a seus produtos. A empresa investe na verticalização da produção e sustentabilidade para manter a qualidade e competitividade no mercado.
A avelã tem sido um trunfo crucial da Ferrero para enfrentar a alta global dos preços do cacau e do chocolate. O diretor de Assuntos Corporativos da Ferrero na América do Sul, Fernando Careli, explicou que, apesar da importância do cacau, ele é apenas um entre vários ingredientes dos produtos da empresa, como Nutella e Ferrero Rocher.
Careli afirmou que o "segredo" empresarial está em aumentar a eficiência em toda a cadeia produtiva para equilibrar os custos sem repassar aumentos aos consumidores.
A história da avelã na Ferrero começou há mais de 60 anos, com a criação da Nutella. Os irmãos Ferrero reduziram a quantidade de cacau e aumentaram o uso de avelãs, abundantes na região onde viviam, na Itália.
Atualmente, a Ferrero possui 35 marcas e faturou € 18,4 bilhões no último ano fiscal. Em 2015, foi criada a Ferrero Hazelnut Company, focada na produção de avelãs com fazendas na Turquia, Itália, Estados Unidos e Chile, sendo a Turquia responsável por 70% da produção global.
Careli destacou que a verticalização da produção de avelãs garante controle de qualidade e sustentabilidade. A produção de avelãs é desafiadora em termos climáticos, exigindo condições específicas.
As empresas de chocolate europeias, incluindo a Ferrero, podem se beneficiar das tarifas de Donald Trump, que afetam mais as empresas americanas devido à dependência de importações de cacau.
No Brasil, um dos dez principais mercados da Ferrero, a empresa dobrou suas operações nos últimos quatro anos e planeja continuar a expansão focando em produtos de Páscoa acessíveis e diversificados.