FMI melhora previsão de crescimento global, apesar de guerra comercial de Trump
FMI eleva previsões de crescimento global devido a sinais de resiliência econômica, apesar das tarifas comerciais. EUA, China e Reino Unido têm melhora nas projeções, mas incertezas permanecem.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou suas previsões de crescimento global, agora estimando um aumento de 3% para 2023 e 3,1% em 2026. Esta atualização considera que a guerra comercial de Donald Trump causará menos danos do que o esperado.
Os Estados Unidos e China também têm melhores previsões de crescimento, enquanto o Reino Unido deve ser a terceira economia do G7 com crescimento mais rápido, atrás dos EUA e do Canadá.
Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, destacou a "resiliência tênue" da economia global, mencionando que as tarifas impostas acabaram sendo menos severas do que o previsto. A tarifa efetiva caiu de 24% para 17%.
O FMI também observou que as empresas que se prepararam para as novas tarifas aceleraram o crescimento. Apesar disso, alertou sobre potenciais choques negativos que podem ser amplificados por estoques acumulados.
A depreciação do dólar em cerca de 9% neste ano ajudou a economia global, barateando dívidas em dólar para empresas estrangeiras e economias emergentes.
A perspectiva do FMI é uma melhoria em relação a abril, quando alertou sobre uma possível desaceleração significativa. No entanto, espera-se um crescimento inferior ao 3,3% registrado em 2024 e à média de 3,7% anterior à pandemia.
Para os Estados Unidos, a previsão de crescimento é de 1,9% para 2023 e 2% para 2026, enquanto a China deve crescer 4,8% este ano, beneficiada pela depreciação do renminbi.
Embora um novo projeto de lei de Trump possa ajudar a economia, Gourinchas alerta que a interferência do presidente na liberdade do Fed (banco central dos EUA) pode resultar em volatilidade macroeconômica.
Gourinchas destacou a importância da independência do banco central para garantir a estabilidade econômica a longo prazo, mencionando que qualquer desvio desse foco pode comprometer a confiança do mercado e dificultar o controle da inflação no futuro.