FMI eleva previsão de crescimento global, apesar das tarifas de Trump
Revisões para cima nas previsões de crescimento global refletem impacto positivo de antecipação de compras e acordos comerciais. Apesar das melhorias, incertezas permanecerão com as políticas tarifárias de Trump.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas previsões de crescimento econômico global. A nova estimativa aponta um crescimento de 3% em 2025 e 3,1% em 2026, um aumento de 0,2 ponto percentual.
Essa melhora é atribuída a três fatores principais:
- Antecipação de compras nos EUA para formar estoques antes das tarifas.
- Acordos comerciais com China, Japão e União Europeia com alíquotas menores.
- Condições financeiras globais mais favoráveis, com a queda do dólar e aumento de gastos fiscais.
Apesar da resistência ao impacto da guerra tarifária, as incertezas permanecem. A trégua tarifária se encerra, e muitos governos devem enfrentar taxas de 15% a 20%.
O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourichans, destacou que o crescimento global continua abaixo da média pré-covid. Além disso, a previsão para o comércio global subiu para 2,6% em 2025, mas foi ajustada para 1,9% em 2026.
A economia dos EUA deverá crescer 1,9% neste ano, e 2% em 2026. A China teve sua previsão elevada para 4,8% neste ano.
A zona do euro terá crescimento modesto, com previsão de 1% em 2025. As economias emergentes devem expandir 4,1% este ano.
O FMI manteve as projeções de crescimento do Brasil em 2,3% e 2,1% para 2025 e 2026, respectivamente.
A inflação global deve cair para 4,2% em 2025, refletindo desaceleração da demanda e queda nos preços de energia.
O relatório indica que as tarifas podem causar um choque de oferta nos EUA, afetando os preços ao consumidor no segundo semestre. Em outros lugares, as tarifas diminuem a demanda, reduzindo a pressão inflacionária.