FMI dá 'balas de canhão' para Milei segurar câmbio, mas coisa ainda pode complicar, diz economista
Argentina obtém acordo de US$ 20 bilhões do FMI, mas economistas alertam para dificuldades futuras. A liberação da compra de dólares e a nova política cambial levantam incertezas sobre a estabilidade econômica no país.
Argentina recebe novo acordo de US$ 20 bilhões do FMI: O país possui "cinco balas de canhão" para controlar o câmbio, mas desafios permanecem, segundo o economista Fabio Giambiagi, do FGV Ibre.
O governo de Javier Milei comemora a cooperação, mas a relação com o FMI é complexa. Dúvidas existem sobre a capacidade de pagamento da dívida nos próximos anos.
Banco Central anuncia recebimento do primeiro aporte de US$ 12 bilhões do FMI, seguindo a implementação de novas medidas, como o fim do "cepo cambiário".
A flexibilidade cambial é uma meta futura, mas depende de estabilidade política e confiança na atual estratégia econômica. A possibilidade de um novo regime cambial gera incertezas.
O câmbio se mantém próximo ao teto da banda, o que pode levar à perda de reservas com a aproximação de eleições. O impacto da desvalorização da moeda nos preços e na inflação do país é uma preocupação central.
Relação com o FMI: O Fundo aumentou sua exposição à Argentina de US$ 45 bilhões para US$ 60 bilhões, apostando em uma recuperação que pode dar certo ou não.
O atual empréstimo é diferente do de Mauricio Macri em 2018. As prioridades agora envolvem a busca por uma injeção de capitais.
Criticas e pragmatismo: Embora o governo tenha sido criticado pelo manejo do "cepo", a liberação controlada da compra de dólares foi uma ação pragmática diante das circunstâncias atuais.
Garantias e incertezas: Não há segurança de que a situação se manterá estável, especialmente com a possibilidade de mudanças políticas em 2027.
A aproximação entre Milei e os Estados Unidos influenciou o acordo, mas o sucesso depende de exportações e receita em dólares para pagar a dívida.
A relação entre medidas comerciais de Trump e a recuperação argentina é complicada; os investimentos podem ser inibidos apesar do apoio financeiro.
Giambiagi é especialista em finanças públicas e traz uma perspectiva crítica sobre os desafios e incertezas que a Argentina enfrenta no cenário econômico atual.