Fluxo externo pode frear se Congresso barrar IOF
A possível suspensão do aumento do IOF no Congresso gera preocupação entre investidores sobre o impacto nas contas públicas. Especialistas alertam que a reversão da medida pode dificultar o fluxo de investimentos estrangeiros no Brasil.
A Bolsa brasileira pode enfrentar uma redução no fluxo de investimento estrangeiro se o Congresso barrar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), segundo especialistas do mercado.
Jefferson Laatus, do Grupo Laatus, destaca que revogar a medida dificultaria o cumprimento da meta fiscal, o que estressaria as contas públicas. Ele alerta que a falta dos R$ 20 bilhões projetados com a alta do imposto pode prejudicar a saúde fiscal do país.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, discutirá um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que suspenderia as alterações no IOF. O apoio à proposta inclui partidos como o PDT, que se tornou independente em maio.
Analistas como Drausio Giacomelli, do Deutsche Bank, vêem a possibilidade de que partidos do centrão barram o aumento do IOF como um risco relevante. Se isso ocorrer, o governo terá que buscar novas medidas, que podem ser ineficazes.
A perda de investimento estrangeiro pode ser mitigada pelo contexto macroeconômico global. Especialistas sugerem que a diversificação de portfólios pode favorecer o Brasil, apesar dos receios dos investidores com a política fiscal dos EUA.
Os analistas observam que o Brasil continua atraente para investidores, já que ações estão baratas em comparação com as dos EUA. O Índice P/L do Ibovespa é de 8,2 vezes, enquanto o do S&P 500 é de 23 vezes, segundo o Citi.
Contudo, Matheus Spiess, da Empiricus Research, indica que a confiança dos investidores pode ser impactada por temores sobre o controle de capital, apesar do recuo do aumento do IOF.
Em resumo, a reação do governo em resposta à sensibilidade do mercado é vista como um movimento que pode minimizar o risco de controles no capital.