Flávio Bolsonaro diz que Moraes faz 'discurso de ódio' no STF e cobra impeachment
Flávio Bolsonaro critica Moraes após sanções dos EUA e destaca falta de imparcialidade. O senador reiterou seu pedido de impeachment e acusou o ministro de promover um "discurso de ódio".
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) rebateu o pronunciamento do ministro Alexandre de Moraes durante sessão do STF em 1º de setembro. O senador acusou Moraes de fazer um "discurso de ódio", repleto de "mentiras" e "calúnias".
No seu perfil nas redes sociais, Flávio afirmou que a manifestação do ministro foi uma "antecipação de julgamento" dos réus, incluindo seu pai, Jair Bolsonaro. Ele ainda considerou isso uma "obviedade" para um pedido de impeachment, alegando a falta de devido processo legal e imparcialidade. Há duas semanas, Flávio protocolou um pedido de afastamento de Moraes no Senado.
Moraes, pela primeira vez, se pronunciou publicamente sobre a sanção dos Estados Unidos sob a Lei Magnitsky, que foi anunciada no mesmo dia em que Trump confirmou tarifas mais altas sobre produtos brasileiros. Os EUA justificaram as sanções como resposta a decisões do ministro e ao processo contra Bolsonaro.
O magistrado, relator da ação sobre tentativas de golpe, fez seu discurso em uma sessão que marcava o retorno dos trabalhos do Judiciário. Ele e outros ministros defenderam a soberania nacional, rechaçando qualquer influência das sanções no julgamento.
Moraes descreveu as punições como uma tentativa de coação por um "grupo político motivado por interesses pessoais". Ele se referiu a Bolsonaro e ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como "traidores da Pátria". Eduardo, que está nos EUA, também admitiu haver atuado pelas sanções e sugeriu que Trump poderia rever as tarifas com uma anistia aos réus.
Flávio voltou a acusar Moraes de atuar sem transparência e promover "linchamentos públicos". Ele criticou o ministro, dizendo que seu discurso reflete uma tentativa de destruir a democracia sob a justificativa de "salvá-la".
No seu discurso, Moraes defendeu a legalidade do processo, afirmando que houve "fartas provas" coletadas pela Polícia Federal e que 149 testemunhas foram ouvidas, respeitando a ampla defesa e o contraditório, com todos os atos gravados.