Flávio Bolsonaro disse ter renda mensal de R$ 57 mil, metade com chocolates, ao fazer empréstimo por mansão
Flávio Bolsonaro obteve um financiamento de R$ 3,1 milhões para comprar uma mansão em Brasília, utilizando renda declarada proveniente de sua franquia de chocolates e salário de senador. A legalidade do empréstimo é questionada pela deputada Erika Kokay, que aponta possíveis favorecimentos devido à posição do senador.
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou renda mensal de R$ 56,8 mil ao BRB para um financiamento de R$ 3,1 milhões na compra de uma mansão em 2021.
Mais da metade da renda informada, cerca de R$ 28,5 mil, era proveniente de uma franquia de chocolates, segundo uma ação popular da deputada Érika Kokay (PT-DF).
A deputada questiona a legalidade do empréstimo em razão da posição de Flávio como senador e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A defesa de Flávio argumentou que parte da renda vinha de seu trabalho como advogado, mas ele não tinha processos registrados no OAB. Flávio declarou R$ 24.934,81 do salário parlamentar e R$ 3.372,87 de aplicações financeiras.
A renda total do casal, incluindo a esposa Fernanda Bolsonaro, era de R$ 65.483,51, equivalente a R$ 85 mil atualizados pela inflação.
O BRB defendeu que a taxa de juros e o prazo do empréstimo estavam dentro das condições de mercado, e o imóvel serviu como garantia fiduciária.
O Ministério Público do DF afirmou que a operação seguiu os manuais internos e a documentação era suficiente para comprovar as rendas e as atividades empresariais do casal.
O financiamento foi quitado em 2024 em seis parcelas. Em março, Flávio pagou R$ 520 mil para quitar a mansão.
Flávio declarou um patrimônio de R$ 1,7 milhão à Justiça Eleitoral em 2018, e a deputada Kokay questiona sua capacidade de obter um financiamento de R$ 3,1 milhões para um imóvel de R$ 5,97 milhões.
A ação ainda está em tramitação na 1ª Vara Cível de Brasília e aguarda julgamento.
Flávio e o BRB não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.