Fixação de Trump em déficit comercial deixa economistas perplexos: 'É totalmente ridículo'
Economistas criticam abordagem de Trump sobre tarifas, afirmando que foco em déficits comerciais bilaterais é falho e enganoso. Medidas podem não resolver problemas estruturais da economia americana nem diminuir o déficit comercial geral.
Trump impõe tarifas comerciais a quase 60 parceiros, visando reduzir o déficit comercial dos EUA, considerado uma emergência nacional.
Economistas criticam essa abordagem, afirmando que débito comercial bilaterais não refletem práticas injustas de comércio. Dani Rodrik, da Harvard, considera ridículo o foco excessivo nesse critério.
O débito global dos EUA atingiu US$ 1,2 trilhão no último ano, mas muitos especialistas argumentam que a relação milenar entre os países é complexa. Por exemplo, os EUA têm superávits com Austrália e Países Baixos, devido ao fluxo comercial, não necessariamente por consumo elevado.
A metodologia de Trump usa uma fórmula simples, resultando em tarifas para todos os produtos, independentemente de sua importância. Conselheiros defendem a abordagem como justa para trabalhadores americanos.
Além disso, políticas externas de países como a China e a União Europeia são apontadas como responsáveis por desequilíbrios. Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, destaca condições "não recíprocas".
Os economistas alertam que tarifas bilaterais podem redirecionar o comércio, mas não resolverão o débito global. Como disse Michael Pettis, o problema é mal direcionado e requer mudanças econômicas mais amplas.
Enquanto alguns acreditam que débitos comerciais não afetam o bem-estar econômico, Rodrik reitera que não existe relação entre o déficit e a saúde econômica, questionando se os EUA desejam ser comparados a países como a Venezuela.