FirstMile: “Abin paralela” usou programa secreto para monitorar alvos, diz PF
Investigação revela uso indevido de tecnologia por servidores da Abin para espionagem de opositores. Ex-presidente Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem são indiciados por implantação de estrutura paralela de vigilância.
Investigação da Polícia Federal: Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usaram o programa secreto FirstMile para monitorar opositores no governo de Jair Bolsonaro.
Indiciamento: A PF indiciou Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, mas ambos não comentaram.
A Abin afirma que os eventos ocorreram em gestões passadas e mantém sua disposição com as autoridades.
Revelação: A utilização do FirstMile foi divulgada pelo GLOBO em março do ano passado, revelando um escândalo de espionagem envolvendo membros do Judiciário e jornalistas.
Funcionamento do FirstMile: O sistema israelense obtém dados de celulares via antenas de telefonia, permitindo a localização exata dos aparelhos.
O diretor de inteligência da PF, Rodrigo Morais Fernandes, alerta sobre os perigos da tecnologia estrangeira se infiltrando na infraestrutura crítica do Brasil.
Vulnerabilidades: Um laudo da PF expõe que o FirstMile aproveita falhas na comunicação das redes 2G e 3G, que não verificam a legitimidade dos pedidos.
Desafios: A complexidade da infraestrutura de telecomunicações, com 15.000 prestadoras no Brasil, dificulta a mitigação de vulnerabilidades.
Gustavo Santana Borges, da Anatel, ressalta que o uso de softwares estrangeiros pode incentivar ataques às redes, mesmo com autorização judicial.
Ele destaca a dependência crescente da tecnologia e os riscos associados à digitalização e inteligência artificial.