Financiamento para construção de imóveis cai 63% e ameaça novos lançamentos, diz Cbic
Queda no crédito para construção influencia financiamento de novos projetos. Preços elevados e incertezas econômicas pressionam o setor, que, apesar das dificuldades, registra crescimento de empregos.
Crédito para construção imobiliária caiu 62,9% nos primeiros cinco meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
O número de unidades habitacionais financiadas com recursos do SBPE passou de 65,1 mil para 24,1 mil, e o montante total financiado caiu 54,1%, de R$ 15,5 bilhões para R$ 7,1 bilhões.
A Cbic atribui essa retração a juros elevados, inflação persistente e incertezas fiscais. A taxa Selic está em 15%, e o Copom deve mantê-la na reunião desta quarta-feira.
A economista-chefe da Cbic, Ieda Vasconcelos, destaca que os custos da construção subiram acima da inflação, fazendo com que bancos priorizem financiamentos de imóveis prontos.
Desde 2020, o custo da construção aumentou 54,41%, enquanto a inflação foi de 37,5%.
Apesar da queda no crédito, o setor gerou mais de 3 milhões de empregos formais pela primeira vez desde 2014 e projeta crescimento de 2,3% neste ano, principalmente devido a projetos já firmados.
Contudo, Ieda alerta que, se a série de juros altos continuar, a desaceleração pode ser mais acentuada a partir de 2026.
A Cbic alerta sobre as perspectivas de novos lançamentos, com projetos em julho atingindo o segundo menor patamar do ano, o que gera preocupações a médio e longo prazo.
Para garantir um crescimento contínuo, novos investimentos são essenciais no setor da construção.