Financiamento de países ricos para nações em desenvolvimento não é caridade, diz diretora da COP30
A secretária Ana Toni destaca a importância de mobilizar recursos financeiros de forma colaborativa, enfatizando que o financiamento climático deve ser visto como um interesse mútuo e não como caridade. Durante o II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, ela pediu um esforço conjunto para atingir a meta de US$ 1,3 trilhão até 2035.
Atingir a meta coletiva de financiamento climático de trilhões de dólares requer atuação coletiva, segundo Ana Toni, secretária nacional de mudança do clima e diretora-executiva da COP30, realizada no Brasil.
Ela destacou que os recursos não podem ser vistos como caridade e que devem atender aos interesses de todos. Toni afirmou que se os recursos não chegarem aos países em desenvolvimento, não será possível contribuir para a descarbonização.
No II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, em Rio, foi mencionado que entre a COP29 e a COP30, os Estados-Parte acordaram um valor de US$ 300 bilhões para financiamento climático, considerado insuficiente pelos países em desenvolvimento.
Um parágrafo no texto final solicita um relatório para mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2035, com a colaboração da presidência da COP30 e da COP29, do Azerbaijão. Os dois países lideram o processo ouvindo os Estados-Partes e articulando ministros de Finanças, inspirados pelas discussões do G20 presidido pelo Brasil em 2024.
Ana Toni enfatizou a importância de trazer ministros de finanças, presidentes de Bancos Centrais e o setor privado para a mobilização de recursos. Ela deixou claro que o financiamento deve ser encarado como uma responsabilidade compartilhada, e não como doação.