Fim do comércio ‘América primeiro’ está impulsionando os mercados da Europa
Os mercados europeus experimentam uma recuperação notável, superando os americanos em várias frentes, à medida que investidores buscam segurança em meio à instabilidade da política comercial dos EUA. A crescente força do euro e a resiliência das ações europeias indicam um possível deslocamento de capital em direção ao Velho Continente.
Mercados financeiros da Europa estão mostrando sinais de recuperação, superando a dominância dos Estados Unidos, impulsionados por políticas comerciais de Donald Trump que abalam a confiança em ativos americanos.
O euro atingiu o nível mais alto em três anos, e títulos alemães superaram os Treasuries em margem recorde. As ações europeias, embora afetadas pela guerra comercial, demonstram maior resiliência que as americanas.
Em contraste com a percepção de apenas seis meses atrás, quando a Europa era vista como um “museu”, a realidade mudou. O investimento europeu ganha destaque com grandes instituições, como Vanguard e Goldman Sachs, apostando em títulos na zona do euro e prevendo a valorização do euro.
Com a promessa da Alemanha de investir em defesa e infraestrutura, e enquanto as tarifas de Trump geram incertezas nos EUA, investidores buscam alternativas. O dólar caiu a um mínimo de seis meses, fazendo com que títulos alemães se tornem refúgio seguro.
O Banco Central Europeu deve cortar taxas, enquanto as expectativas de uma recessão nos EUA podem impactar negativamente outras economias, incluindo a União Europeia.
Além disso, a resiliência da UE se fortaleceu desde a pandemia, criando um ambiente mais atraente para os investimentos. O S&P 500 recuou 7,9% em 2023, enquanto o Índice Stoxx Europe 600 retornou 10%. As ações europeias estão agora 30% mais baratas que as americanas.
Com o comércio global em reestruturação, a Europa se posiciona como uma oportunidade de investimento valiosa. “A Europa está de volta ao mapa”, afirma Vincent Mortier, da Amundi SA.