Fim da isenção pode elevar rentabilidade bruta de títulos de renda fixa, e investidor terá de ser mais criterioso
Proposta de tributar títulos isentos de Imposto de Renda pode elevar custos de financiamento para emissores, tornando a escolha dos investidores mais criteriosa. Especialistas analisam que, apesar da taxação, títulos ainda podem se manter atrativos, mas exigem maior atenção do investidor.
Proposta de Tributação por Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs tributar títulos de renda fixa atualmente isentos de Imposto de Renda.
Essa mudança pode impactar o financiamento das empresas emissoras, que variam de bancos a seguradoras e grandes companhias de infraestrutura.
Exemplos de rendimentos:
- LCI a 96% do CDI - 14% anual.
- CDB a 102% do CDI (com IR) - 12,28% anual.
A proposta sugere que a alíquota será de 5%, mas poderia chegar a 17,5%.
Especialistas acreditam que as emissoras precisam aumentar a remuneração desses títulos para manter atratividade no mercado.
Impacto no Investidor
Com a perda da isenção, haverá necessidade de um apetite maior do investidor para escolher entre produtos tributados e isentos.
A partir de janeiro de 2026, perderão a isenção títulos como:
- LCI / LCA
- CDA e WA
- CDCA e CPR
- FII e Fiagro
- LIG e debêntures incentivadas
Os especialistas apontam que, apesar da tributação, produtos ainda podem ser atraentes, mas com maior análise do investidor.
A Anbima destacou que a proposta pode reduzir as assimetrias entre diferentes produtos de investimento.
Comentários do Mercado
Críticos da proposta alegam que o governo prioriza a taxação e não aborda cortes de gastos essenciais.
Esperam-se antecipações nas emissões de títulos, com um aumento da procura por ativos isentos antes da data de mudança.
É necessário ter cautela, pois mesmo com isenção, os títulos têm risco de crédito.
Outras questões e preocupações foram levantadas sobre as abordagens de curto, médio e longo prazo para melhorar a gestão fiscal no Brasil.