Fim da guerra, destino de Gaza e democracia aumentam divisão entre sociedade israelense e governo
Protestos em Tel-Aviv refletem a divisão política e a angústia das famílias dos reféns sequestrados pelo Hamas. A Praça dos Sequestrados se tornou o epicentro das manifestações, simbolizando a luta pela volta dos capturados e a crítica ao governo de Netanyahu.
Protestos em Tel-Aviv marcam a polarização em Israel, com cartazes dos 58 reféns sequestrados na Faixa de Gaza e críticas ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Os manifestantes exigem ações do governo, destacando a insatisfação com a situação dos reféns. O israelense Yair Dickman afirma: “não posso ficar em casa sem fazer nada”.
As manifestações, que intensificaram após o confronto com o Hamas, agora se concentram na Praça dos Sequestrados, onde um cronômetro conta os dias desde os ataques. O local também inclui experiências imersivas sobre a realidade dos sequestrados.
O Fórum das Famílias dos Reféns busca apoiar os familiares, independentemente de questões políticas. O voluntário Arnon Herschkovitz reconhece a divisão na sociedade, mas reforça o desejo comum pelo retorno dos reféns.
As tensões se intensificam com as declarações do ministro da Economia, Bezalel Smotrich, que sublinha que a destruição do Hamas é prioridade. Essa postura reflete a composição da coalizão de Netanyahu, considerada extremista por analistas.
Netanyahu, em seu terceiro mandato, enfrenta críticas por sua reforma judicial e falta de investigações sobre falhas durante os ataques do Hamas, que resultaram em 1,2 mil mortos e 250 sequestrados.
Enquanto a campanha militar de Netanyahu reduz a força do Hamas, a população clama por um cessar-fogo, com 70% dos israelenses favoráveis a negociações para a volta dos reféns.
A ativista Ella Lotan denuncia a tentativa do governo de dividir a população e destaca a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, enfatizando o risco crítico de fome enfrentado pela população local.
Apesar das promessas de Netanyahu, a expectativa de uma vitória total parece distante, com a guerra se prolongando e a necessidade de uma solução cada vez mais urgente.
* O repórter viajou a Israel a convite do Consulado de Israel em São Paulo.