Filipe Martins nega ter qualquer relação com a 'minuta do golpe'

Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), negou nesta quinta-feira qualquer relação com a “minuta do golpe”, que previa prisão de autoridades e intervenção no Poder Judiciário.

Martins é interrogado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e integra o núcleo dois da trama golpista, que tentou manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Martins seria o responsável pela minuta. Durante o interrogatório, ele declarou não ter tido contato com o documento, afirmando que soube sobre ele apenas pela imprensa. “Posso afirmar com total segurança que não tive contato com essa minuta”, disse, chamando-a de ‘minuta fantasma’.

Martins também negou ter viajado com Bolsonaro aos EUA em 30 de dezembro de 2022, data que levantou suspeitas de risco de fuga. Apesar de seu nome constar na lista de passageiros do voo presidencial, sua defesa argumenta que não se tratava da lista final. Ele revelou que fez uma viagem comercial para Ponta Grossa no mesmo dia.

Os depoimentos desta quinta incluem outros envolvidos, como:

• Fernando de Sousa Oliveira - ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF
• Marcelo Costa Câmara - coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro
• Marília Ferreira de Alencar - ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça
• Mário Fernandes - ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência
• Silvinei Vasques - ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF)

As oitivas do núcleo dois são realizadas por videoconferência e transmitidas pelo canal do STF no YouTube, conduzidas por Rafael Henrique, juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.