Filipe Martins deveria estar solto, diz jornal dos EUA em editorial
O editorial do WSJ ressalta a fragilidade das evidências que levaram à prisão de Filipe Martins e critica a obstrução das autoridades norte-americanas na defesa do ex-assessor. A publicação pede sua liberação imediata enquanto afirma que a falsificação de registros de viagem representa uma preocupação maior para a segurança nacional dos EUA.
The Wall Street Journal defende a libertação de Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil. O editorial, publicado em 27 de julho de 2025, critica o uso de registros falsos da Alfândega dos EUA para justificar sua prisão.
Martins é réu acusado de integrar o núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado. Ele foi preso em 2024 após a PF encontrar listas de passageiros do voo presidencial para Orlando em um computador de Mauro Cid. Martins foi solto, mas está sob medidas cautelares, incluindo tornozeleira eletrônica.
A defesa de Martins argumenta que ele não tentou fugir e que o nome na lista é de um "homônimo". O delegado Fábio Shor confirmou que o passaporte dele, supostamente extraviado, foi registrado nos EUA, levantando dúvidas sobre suas intenções.
No editorial, o WSJ menciona promessas da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, de limpar os registros do CBP, e critica a falta de explicações sobre os dados falsificados. Martins, segundo o jornal, deveria estar livre enquanto prepara sua defesa.
Além disso, o editorial aponta para as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo presidente Donald Trump, alegando erros na interpretação da balança comercial e a relação com a perseguição judicial a Bolsonaro.
A explicação da PF sobre Martins estar foragido é contestada, pois ele estava no Paraná, onde poderia ser facilmente encontrado. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou sua soltura, embora impusesse medidas cautelares.
A ausência de provas definitivas da viagem de Martins aos EUA e uma declaração da Latam indicam que ele estava em Curitiba em 31 de dezembro, reforçando a defesa contra as acusações de fuga.