FIDCs beneficiados pelo IOF? Gestores seguem otimistas apesar do aumento de imposto
Gestores de FIDCs analisam o impacto do aumento do IOF e destacam a adaptabilidade dos fundos em meio a um cenário de incertezas. Apesar das preocupações, a flexibilidade dos FIDCs e a comparação com o crédito bancário mantêm o otimismo no setor.
Aumento do Imposto sobre Transações Financeiras foi o destaque econômico da semana passada, com impacto significativo no mercado de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios).
Carlos Eduardo Shirator, head de regulatório da BYX, esclarece que a nova alíquota de IOF incide sobre certos créditos bancários, mas não afeta a carteira dos fundos, como inicialmente interpretado.
As CCBs, frequentemente utilizadas por FIDCs, agora enfrentam o imposto maior. Isso impacta principalmente fundos com estrutura multi cedente multi sacado, que movimentam altos volumes de operação.
Jonatas Ortega, da CVPAR Business Capital, observa um aumento de 5 a 10 pontos-base no spread de crédito. Ele prevê que a flexibilidade dos FIDCs permitirá a substituição de CCBs por notas comerciais, isentas de IOF, de forma rápida.
Ortega também destaca que FIDCs se tornam mais atrativos em relação aos bancos, mesmo com um prêmio maior, devido à flexibilidade e agilidade necessárias para as empresas que precisam de financiamento.
Carolina Moura, da Genial, observa que o aumento do IOF ocorre em um contexto de política monetária contracionista, reforçando a importância dos FIDCs como solução para problemas do crédito bancário, como altos custos e prazos curtos.
Apesar do otimismo, a insegurança jurídica gerada pela nova tributação preocupa o mercado. Shiratori aponta riscos para operações via FIDC, enquanto a Sol Agora reconsidera projetos de antecipação de recebíveis.
Do lado da demanda, setores que precisam de alavancagem podem adiar projetos devido à incerteza. Moura menciona que as construtoras, que dependem de financiamento antecipado, estão cautelosas.
Mesmo assim, FIDCs tendem a se adaptar às novas regulações. A CVPAR espera bons resultados no segundo semestre, com aumento no faturamento das empresas, gerando mais recebíveis.