'Ficará mais fácil para a China alcançar os EUA', diz economista chinês que assessorou o governo
Justin Yifu Lin, ex-desertor de Taiwan e renomado economista, aponta vantagens da China na quarta revolução industrial. Apesar das críticas ao crescimento econômico e dos desafios atuais, ele se mantém otimista sobre o futuro do país.
Deserção e nova vida: Em 1979, o capitão do Exército taiwanês Lin Zhengyi desertou e nadou 2 km até a China continental. Hoje, aos 72 anos, é renomado economista conhecido como Justin Yifu Lin, ex-economista-chefe do Banco Mundial e reitor do Instituto de Nova Economia Estruturalista.
Otimismo econômico: Lin acredita que a China pode enfrentar a guerra tarifária iniciada pelos EUA. Apesar de ceticismo de analistas do exterior, ele vê a resiliência da economia chinesa, que tem contribuído com cerca de 30% do crescimento econômico global desde 2008.
Crescimento viável: A meta de crescimento da China para este ano é de 5% do PIB, respaldada por um mercado interno forte e desenvolvimento tecnológico. Comparando, o PIB per capita da China é equivalente ao da Alemanha nos anos 40, Japão nos anos 50 e Coréia do Sul nos anos 80, que cresceram 8% ou 9% por década.
Desafios de confiança: Lin destaca a necessidade de estimular a confiança do consumidor e investidores. Embora haja desafios, acredita que a maioria deles é passageira e que a inovação tecnológica pode impulsionar novos setores e exportações.
Guerra comercial: Lin considera a confrontação com os EUA como uma situação temporária. Ele afirma que os EUA têm muito a perder com o "desacoplamento" econômico e que a China está bem posicionada para retaliações.
Práticas desleais?: Segundo Lin, acusações de práticas desleais são meras desculpas. Todo país, incluindo os EUA, recebeu apoio governamental no desenvolvimento industrial.
Nova economia estruturalista: Ele defende que cada país deve identificar e desenvolver suas vantagens comparativas. Critica a abordagem neoliberal que não apoia setores emergentes, levando a uma desindustrialização prematura.
Estímulos ao consumo: Para Lin, o crescimento sustentável deve ser impulsionado por investimentos em inovação, não apenas por consumo. No entanto, recomenda suporte a setores e famílias em tempos de crise.
Envelhecimento populacional: Lin não considera o envelhecimento um obstáculo inevitável para o crescimento, citando exemplos de países que mantiveram sua estabilidade econômica mesmo com um público idoso.
Expectativas para a China: Ao recordar sua fuga de Taiwan, Lind revela que nunca imaginou o aumento da potência da China, que resulta, segundo ele, de um esforço coletivo ao invés de um mérito individual.
Relação com natação: Lin, ao final, menciona que não pratica natação atualmente, chamando atenção para o tempo que passa e os anos que já viveu.