Ferrovia Norte-Sul é alvo de centenas de invasões e interferências em seu traçado
Estudo revela que a Ferrovia Norte-Sul enfrenta numerosas invasões e interferências que podem comprometer a segurança ferroviária. Relatório aponta 662 áreas vistoriadas, com 73 ocupações irregulares identificadas e classificações de gravidade alarmantes.
A Ferrovia Norte-Sul, que conecta o Maranhão a São Paulo, enfrenta centenas de invasões ao longo de seus 2.250 km de extensão, o que pode comprometer o tráfego e resultar em acidentes graves.
Um estudo de campo realizado entre janeiro e maio de 2023 analisou as áreas remanescentes da ferrovia, que não foram ocupadas pela via permanente. Muitas dessas áreas estão na faixa de domínio, referindo-se a um recorte de 80 metros ao redor dos trilhos.
Contratado pela Infra S.A., estatal do Ministério dos Transportes, o levantamento identificou invasões em 73 áreas remanescentes e documentou 541 interferências irregulares, com 31 delas classificadas como gravíssimas.
O documento menciona a proximidade das ocupações em relação aos trilhos como um critério crucial para a gravidade das invasões. A maioria está muito próxima da via férrea.
O estudo ainda está em andamento e visa examinar a gestão fundiária e as necessidades de regularização nas áreas de desapropriação da Norte-Sul.
A ferrovia é dividida em três trechos:
- Tramo Norte: 720 km (Açailândia - Porto Nacional, sob VLI)
- Tramo Central: 855 km (Porto Nacional - Anápolis, sob Rumo)
- Tramo Sul: 682 km (Ouro Verde de Goiás - Estrela D'Oeste, sob Rumo)
Há planos do governo de licenciar e leiloar um trecho de 477 km entre Açailândia e Barcarena (Pará).
A Infra S.A. afirmou que as ações serão avaliadas após a finalização do estudo, prevista para 16 de junho. A ANTT declarou que realiza uma fiscalização constante e colaborará com as concessionárias para regularizar as ocupações irregulares.
Concessionárias como a Rumo e a VLI afirmam monitorar regularmente a faixa de domínio, além de realizar campanhas educativas sobre as invasões.