Feminicídios batem recorde no Brasil em 2024 e contrastam com queda geral da violência
Crescimento dos feminicídios e tentativas de feminicídio no Brasil em 2024 revela a persistência da violência de gênero no país. Apesar da redução geral nas mortes violentas, a situação das mulheres se agrava, exigindo revisão nas políticas de proteção e prevenção.
Violência de Gênero em Alta: Apesar da queda nas mortes violentas intencionais no Brasil em 2024, os feminicídios e tentativas de feminicídio aumentaram.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram 1.492 feminicídios — >aumento de 0,7% em relação a 2023. As tentativas de feminicídio subiram 19%, totalizando 3.870 vítimas.
Esse crescimento persiste apesar da promulgação da Lei nº 14.994/2024, que torna o feminicídio um crime autônomo. Em média, quatro mulheres foram assassinadas por dia em 2024 por motivos de gênero.
O perfil das vítimas inclui:
- 63,6% eram negras;
- 70,5% tinham entre 18 e 44 anos;
- 64,3% foram mortas em casa.
Além disso, 80% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros, e 48,4% com armas brancas. O relatório ressalta a intimidade da violência.
Embora medidas protetivas sejam utilizadas, 121 mulheres foram assassinadas enquanto estavam sob proteção. Em 2024, mais de 100 mil registros de descumprimento foram notificados, um aumento de 10,8%.
A pesquisadora Isabella Matosinhos afirma que as medidas atuais são insuficientes. O aumento nas tentativas de feminicídio ocorreu em diversas regiões, notadamente:
- Amazonas: +65,1%
- São Paulo: +47,4%
- Maranhão: +42,8%
A situação demanda revisão urgente nas políticas de prevenção e proteção às mulheres.