Federação de PP e União reagrupa herdeiros da Arena
A união entre PP e União Brasil fortalecerá a direita no Congresso e poderá impactar as disputas eleitorais de 2026. Cientistas políticos destacam o retorno às origens e a reconfiguração das forças partidárias no Brasil.
PP e União Brasil anunciarão oficialmente a formação de uma federação em 3ª feira (29.abr.2025). O acordo criará uma potência legislativa e eleitoral e reagrupa partidos com raízes na Arena, ligada à ditadura militar (1965-1979).
O cientista político Claudio Couto comentou que essa federação representa um “retorno às origens” da direita partidária brasileira pós-1979. Vitor Sandes ressaltou que remete à gênese dos partidos de direita.
Durante a ditadura, o bipartidarismo foi imposto, levando à formação da Arena e do MDB. Com a abertura de 1979, surgiram novos partidos, como o PDS, herdeiro da Arena, e o PMDB.
Posteriormente, o PDS evoluiu para o PP, enquanto o PFL se transformou no DEM. Em 2022, o DEM se fundiu ao PSL, formando o União Brasil.
O PP, presidido por Ciro Nogueira, integra o centrão e tem vínculos com diversos governos. O PFL, por outro lado, manteve oposição constante aos governos petistas até sua fusão com o PSL.
A nova federação, chamada de União Progressistas, buscará aumentar o poder no Congresso, embora tenha resistências internas pela disputas de vagas majoritárias.
Federações foram criadas por meio da Lei nº 14.208 de 2021, permitindo união sem fusão, mantendo a identidade e autonomia dos partidos. Atualmente, existem duas federações formadas nas eleições de 2022.
A federação PP-União Brasil possui potencial para influenciar a sucessão presidencial de 2026. Com ideologia à direita e potenciais candidatos como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, disputas para o Senado e Câmara também estão em pauta.
Para Couto, tanto o PP quanto o União Brasil são herdeiros da direita tradicional. A colaboração entre esses partidos pode definir futuros rumos políticos e a escolha de candidatos na próxima eleição presidencial.