Fazenda não previu o que vinha ou pôs o bode na sala? Das duas formas, IOF foi um erro
Desentendimentos sobre o aumento do IOF revelam falhas na estratégia da Fazenda e provocam desgaste na equipe econômica. Medidas de contenção de despesas podem ser eclipsadas pela reação negativa ao pacote fiscal proposto.
Pacote do IOF gera polêmica: Desde quinta-feira, o pacote do IOF monopoliza discussões econômicas. Duas justificativas são possíveis: erro de análise da Fazenda ou estratégia de aumentar receitas e cortes de gastos.
O recente relatório bimestral de maio destacou avanços na política fiscal, ofuscados pelo aumento do IOF:
- Conteção de despesas: R$ 31 bilhões, acima do esperado, alterando a gestão orçamentária do governo Lula.
- Orçamento mais realista: Anulação de R$ 81 bilhões em projeções de receitas extraordinárias.
A Fazenda trocou receitas irreais por receitas efetivas para cumprir a meta do déficit primário. Argumenta ainda que o Congresso não cumpriu acordos sobre desoneração e mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A previsibilidade é fundamental na economia. Um aumento de impostos de R$ 40 bilhões pode desestabilizar empresas e irritar contribuidores. A transparência e a contenção de despesas são essenciais.
Com pressão do Congresso, o governo poderá revogar o decreto e usar fundos para compensar perdas. Negociações desde o início teriam sido benéficas.