Fazenda não detalhou a Lula impacto do IOF, e Casa Civil teve menos de 24h para análise
Ministro Fernando Haddad admite que decreto sobre IOF gerou crise de comunicação no governo. Medida, que visava arrecadar R$ 20,5 bilhões, foi parcialmente revogada após protestos do mercado financeiro e desentendimentos com o Banco Central.
Ministério da Fazenda não detalhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a extensão do decreto de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que impactou aplicações de fundos de investimentos internacionais.
O ministro Fernando Haddad afirmou que o decreto foi debatido com o presidente, mas integrantes do governo acreditam que ele jogou a crise nas costas de Lula, que desconhecia detalhes da mudança.
A Fazenda discutiu o fechamento de brechas tributárias e a arrecadação prevista de R$ 20,5 bilhões, reduzindo a necessidade de congelar R$ 51,8 bilhões em gastos.
Os problemas surgiram por falhas na elaboração do decreto, exacerbadas pela urgência em apresentá-lo ao Congresso. O conteúdo foi mantido em sigilo, limitando o tempo para análise técnica da Casa Civil.
Após a publicação, o mercado financeiro alertou sobre os impactos negativos, levando a uma reunião na Junta de Execução Orçamentária (JEO), onde a Fazenda deu respostas genéricas sobre o diálogo com o Banco Central (BC).
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que foi surpreendido pelo aumento do IOF e pediu esclarecimentos a Haddad, que postou em suas redes sociais sobre negociações, mas isso não foi suficiente para resolver a tensão.
A relação entre Haddad e Galípolo se deteriorou, e o Palácio do Planalto tenta minimizar a situação, enquanto a crise do IOF e outros problemas governamentais desafiam a administração.