Falta de diálogo com Congresso dificulta ajuste do governo, avaliam economistas
Congresso e governo enfrentam impasses em medidas de ajuste fiscal. Economistas alertam para a necessidade de ações urgentes e impopulares para fechar as contas públicas nos próximos anos.
Dificuldades de diálogo entre o Congresso e o governo dificultam o avanço das medidas de ajuste das contas públicas, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Segundo ele, o governo está focado em soluções de arrecadação, sem apresentar mudanças estruturais nos gastos. Medidas impopulares precisarão ser implementadas, principalmente a um ano da eleição.
O Ministério da Fazenda possui R$ 10 bilhões do pacote para fechar contas deste ano, aumentando impostos como IOF, alíquotas de apostas esportivas e imposto de renda em LCI e LCA.
Atualmente, a Câmara votou apenas a proposta de sustar a taxação do IOF, enquanto a medida provisória com outras mudanças não tem relator. Vale acredita que o Congresso não demonstra urgência para avançar com as propostas.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, critica o Congresso por perturbar o equilíbrio fiscal. Ele reconhece que as medidas, embora imperfeitas, são essenciais para fechar as contas em 2026, destacando que mesmo com as aprovações, faltarão R$ 25 a 30 bilhões.
Vale ressalta que o Congresso parece esperar 2027 e prevê mais bloqueios e contingenciamentos até lá. Ele acredita que a situação vai se agravar até o final do mandato do presidente Lula, aguardando um ajuste fiscal severo em 2027.