Fabricantes de moeda combatem visão de 'sociedade sem dinheiro'
Executivos do setor financeiro defendem a continuidade do uso do dinheiro físico, citando sua importância em crises e a necessidade de manter opções de pagamento diversas. Apesar da ascensão de pagamentos eletrônicos como o Pix no Brasil, a dependência de dinheiro continua relevante, especialmente em situações de emergência.
Wolfram Seindemann, CEO de Tecnologia da Moeda da G+D, não se impressionou com o avanço do Pix no Brasil, afirmando que dívida física não vai morrer e continua sendo essencial em crises, citando a Suécia como exemplo, onde o uso de papel-moneda caiu pela metade desde 2007.
No entanto, o governo sueco aconselhou seus cidadãos a portarem dinheiro fisicamente, temendo crises. O setor de fabricação de moeda, controlado por poucas empresas, enfrenta queda na receita e investe em pagamentos eletrônicos.
A De La Rue registrou uma queda de 18,7% em 2023. Enquanto isso, 60% dos brasileiros usam o Pix, e 76,4% da população utilizou o meio de pagamento em 2024. O conceito de “cashless society” é debatido por especialistas que advogam por uma infraestrutura robusta para pagamentos eletrônicos.
No Brasil, usuários de menor renda predominam no uso do Pix. Enquanto isso, o número de cédulas em circulação aumentou, embora o uso de dinheiro físico tenha diminuído para 68,9% em 2024.
Defensores do dinheiro físico, como Seindemann, enfatizam sua importância em situações críticas, alegando que um dinheiro físico confiável é crucial em desastres naturais e crises políticas.
A ICA alerta que muitos ainda não têm acesso a serviços bancários ou internet de qualidade, reforçando que restrições ao uso de dinheiro física prejudicam aqueles mais vulneráveis.
Seindemann finaliza, reafirmando a necessidade contínua do dinheiro em meio às incertezas: "Sempre tenho dinheiro na carteira", mostrando uma nota de 20 euros.