Fabricantes chinesas estão revolucionando a indústria automotiva brasileira
O aumento das vendas de veículos elétricos no Brasil reflete uma mudança significativa no mercado automotivo. Especialistas destacam o impacto da entrada de montadoras chinesas e os desafios que a indústria local enfrenta diante da nova concorrência.
O painel “Reinventando a Indústria Automotiva” encerrou a programação do “Summit Valor Econômico Brasil-China 2025” em Shangai.
Em 2024, o Brasil registrou 177.358 veículos eletrificados, um novo recorde, segundo a ABVE. Desses, 61.615 eram exclusivamente elétricos a bateria, representando 35% do mercado.
Liu Xiaoshi, da China EV 100, afirma que “o carro elétrico será dominante no Brasil”. Ele destaca o papel do etanol e a próxima fase de eletrificação.
Rodrigo Zeidan, professor da NYU, menciona que as empresas chinesas estão se expandindo globalmente e desafiando a competitividade brasileira. A Anfavea pediu uma investigação de dumping contra a BYD, que liderou as vendas de veículos elétricos no Brasil em 2024.
A BYD, maior vendedora de carros elétricos no Brasil, está construindo uma fábrica em Camaçari (BA) com um investimento de R$ 5,5 bilhões. A GWM também iniciará atividades no Brasil com um investimento de R$ 10 bilhões até 2032.
A jornalista Marli Olmos destaca a necessidade de produção local de baterias, já que atualmente dependemos de componentes importados. Ela enfatiza que a escala é fundamental para baratear custos.
Fang Li, do World Resources Institute, menciona os benefícios ambientais dos carros elétricos, citando projetos em países como Chile e Colômbia.
A indústria automobilística tradicional no Brasil pede a implementação imediata de uma alíquota de importação de 35% devido à concorrência. Zeidan ressalta a importância de rever o modelo de substituição de importações para não perder oportunidades de avanço tecnológico.
O summit foi realizado em parceria com diversas entidades, incluindo a Editora Globo e o Valor Econômico.