Exportações para Argentina crescem e podem ser válvula de escape para tarifaço de Donald Trump
Crescimento significativo das exportações brasileiras para a Argentina reflete melhora econômica no país vizinho. No entanto, especialistas alertam para a cautela em relação à sustentabilidade desse aumento perante um cenário global incerto.
Exportações brasileiras para a Argentina cresceram 55,4% entre janeiro e junho de 2024, totalizando US$ 9,12 bilhões.
Esse aumento é impulsionado pela melhora da economia argentina e pela valorização do peso argentino, que acumulou 54,8% desde dezembro de 2023, com a presidência de Milei.
O Brasil agora é o terceiro principal destino de produtos argentinos, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento.
Apesar do crescimento, a situação é vista com cautela por especialistas, como Livio Ribeiro, da consultoria BRGC. Ele alerta que a recuperação reflete uma base de comparação ruim e que as vendas ainda estão distantes do pico de 2011, quando foram registrados US$ 22,7 bilhões em exportações.
Ribeiro ainda destaca que as importações argentinas se aproximam das americanas em bens industriais, sugerindo um possível redirecionamento das exportações. Contudo, Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, acredita que esse potencial é pequeno, ressaltando a competição nas exportações do Brasil com a Argentina.
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