Exportação de gado vivo cresce no Brasil em meio a denúncias de maus-tratos e condições insalubres
Exportação de gado vivo no Brasil cresce 40% em 2024, mesmo diante de críticas sobre maus-tratos. Ativistas e especialistas lutam contra a prática, destacando condições desumanas durante o transporte marítimo.
Em 2024, mais de 1 milhão de bovinos brasileiros foram exportados vivos, gerando controvérsia sobre a forma de transporte e abate. Esses animais, muitas vezes em condições desumanas, cruzaram oceanos até serem mortos no exterior, com a maioria sendo abatida sem anestesia.
A exportação de gado vivo está crescendo no Brasil, mesmo com restrições em outros países, como Reino Unido e Nova Zelândia. Em 2024, houve um aumento de 40% nas exportações em comparação a 2023, com destinos como Turquia, Egito e Iraque.
Ativistas e especialistas denunciam maus-tratos durante o transporte, evidenciados por relatos de situações insuportáveis a bordo, como no caso do navio Al Kuwait, onde animais foram encontrados mortos e doentes.
A Justiça já tentou intervir, mas decisões limitaram a proibição das exportações. O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal continua lutando para proibir essa prática, além de tramitar projetos de lei no Congresso para banir a exportação de gado vivo.
O governo, por sua vez, destaca a importância econômica da atividade, que movimentou R$ 20 bilhões entre 2014 e 2023. No entanto, reconhece deficiências nas condições de transporte e continua trabalhando para melhorar as regras internacionais.
Entre as preocupações, estão os altos níveis de fezes e urina, o bem-estar animal e os riscos sanitários associados ao transporte marítimo. As discussões sobre os desafios e as consequências dessa prática ainda estão em andamento no Brasil.