Exército francês sai de Senegal e conclui retirada da África Ocidental e Central
França encerra presença militar de 65 anos no Senegal, simbolizando o distanciamento das ex-colônias africanas. A retirada ocorre em meio a crescente tensão entre Paris e governos africanos que buscam redefinir suas alianças.
França encerra presença militar na África Ocidental e Central
Nesta quinta-feira (17), a França entregou seu aeródromo e últimas bases a autoridades senegalesas, finalizando 65 anos de presença militar permanente no Senegal.
A retirada, que começou em março, contou com a saída de cerca de 350 soldados franceses, que atuavam principalmente em operações conjuntas com o Exército senegalês.
A cerimônia de entrega ocorreu em Dacar, sob a liderança do general Mbaye Cissé (Forças Armadas do Senegal) e do general Pascal Ianni (Comando do Exército da França na África), que realizaram a entrega simbólica das chaves do “Camp Geille”.
Após a independência em 1960, o Senegal foi um dos principais aliados da França na África. Entretanto, o presidente Bassirou Diomaye Faye, que assumiu em 2024, exigiu a retirada das tropas até 2025 e prometeu manter uma relação de cooperação com Paris, distanciando-se de outras ex-colônias que romperam relações.
Faye também pediu desculpas à França pelas atrocidades coloniais, como o massacre de 1º de dezembro de 1944. Em resposta a críticas, Paris fechou ou reduziu suas bases na África. Em fevereiro, a França devolveu sua última base no Sahel, a de Kossei.
Desde 2020, golpes de Estado em Burkina Faso, Níger e Mali resultaram em regimes militares que romperam relações com a França, buscando apoio da Rússia. Além disso, a República Centro-Africana também solicitou a retirada francesa.
Apenas a pequena nação de Djibuti continuará a ter uma base militar francesa permanente, abrigando cerca de 1.500 militares.
*Com informações da AFP*