Exclusivo: Os bastidores da volta de Klein à Casas Bahia, e o que os bancos têm com isso

Retorno de Michael Klein à Casas Bahia deve passar pela decisão de bancos credores sobre a conversão de dívidas em ações.

A conversão pode beneficiar Klein em seu projeto de aumentar sua participação acionária, que atualmente é de 11% nas ONs. Ele deseja voltar ao conselho de administração, podendo ocupar até três cadeiras em um colegiado de cinco membros.

Klein, maior acionista individual da varejista, saiu do conselho em 2018 devido a divergências familiares com seu filho, Raphael Klein. Desde então, não se falam. Aumentar sua posição acionária pode encarecer a transação, considerando a valorização recente das ações.

Os bancos credores, Banco do Brasil (BB) e Bradesco, possuem 54% da dívida da empresa, cerca de R$ 2,2 bilhões. A conversão de dívidas em ações poderá ser feita a cada 90 dias, a partir de outubro, até 2027.

Klein fez contatos com os bancos e, embora a estratégia não tenha sido divulgada, existem indícios de que a conversão de dívida pode acontecer em breve. Essa medida pode melhorar a solvência da empresa e reduzir os custos com juros.

Mesmo que isso cause diluição na participação de Klein, o empresário acredita que todos ganham com a transação. Ele poderia aumentar sua participação para 20% a 30%, garantindo mais poder no conselho.

Se retornar, Klein pretende implementar cortes de despesas e fechar lojas ineficientes. Ele também busca membros com experiência estratégica no conselho, citando nomes respeitados do varejo.

Recentemente, a Casas Bahia aprovou uma proposta para manter o teto de remuneração do conselho em 2025, em meio a divergências sobre aumentos salariais e bônus.

Klein destacou a necessidade de foco nos resultados financeiros antes de considerar bônus. Apesar de desavenças, houve um aumento do entendimento entre Klein e o conselho recentemente.