Ex-PRF diz que blitz no Nordeste no 2º turno foi ordem do Ministério da Justiça
Ex-diretor da PRF revela que a operação de blitz em ônibus durante as eleições de 2022 foi solicitada pelo Ministério da Justiça. O depoimento ocorre em meio à investigação sobre a tentativa de golpe da cúpula do governo Jair Bolsonaro.
Ex-diretor da PRF confirma blitz em ônibus no segundo turno das eleições de 2022.
Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), declarou que as operações tiveram origem em uma solicitação do Ministério da Justiça, liderado por Anderson Torres.
A operação visava detectar transporte irregular de eleitores e grandes volumes de dinheiro, principalmente de ônibus do Sudeste e Centro-Oeste para o Nordeste. Moura afirmou que:
- “Foi solicitada uma operação antes da eleição.”
- A abordagem em mais de 60% dos veículos durou menos de 15 minutos.
A PRF foi acusada de dificultar o acesso de eleitores nordestinos às urnas, onde Lula (PT) tinha ampla vantagem sobre Bolsonaro.
Moura negou qualquer intenção de interferir no resultado eleitoral e disse que não havia direcionamento político nas operações.
No entanto, um servidor da PRF revelou que as ordens para reforçar abordagens vieram de Moura, seguindo diretrizes do diretor-geral da corporação na época.
Moura também relatou um pedido de Anderson Torres para um esforço máximo da PRF e da Polícia Federal para combater crimes eleitorais.
O depoimento ocorreu durante o processo sobre a tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022, e as audiências no STF prosseguem até 2 de junho, incluindo outros membros da cúpula do governo anterior.