Ex-número dois de Torres diz se arrepender de ofensas a Lula e a Barroso nas redes sociais
Antonio Ramirez Lorenzo se despediu de suas declarações polêmicas e alertou sobre os perigos de se expor opiniões nas redes sociais. Seu depoimento no STF destaca a tensão e as críticas à gestão do Ministério da Justiça sob Anderson Torres.
Depoimento no STF: Antonio Ramirez Lorenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro, se arrepende de publicações nas redes sociais e critica o uso de plataformas como “arena pública”.
Ele foi testemunha no caso do ex-ministro Anderson Torres, réu por tentativa de golpe de Estado. Sua declaração ocorreu após o relator, ministro Alexandre de Moraes, resgatar postagens de Lorenzo em que ele ofendeu figuras como o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e o presidente Lula.
Lorenzo justificou seu comportamento como resultado do “calor da emoção” e afirmou que é melhor “guardar opiniões para si”.
Ele criticou o ex-colega Flávio Dino por fazer um “estardalhaço” na imprensa após tentativa de vandalismo em Brasília. Lorenzo também comentou sobre uma live de 2021, onde Bolsonaro fez acusações sem provas sobre as urnas eletrônicas, dizendo que ficou “bastante assustado” com a convocação de Torres para participar.
Durante o depoimento, a defesa de Torres argumentou que não houve intenção de atacar as urnas e que Anderson foi convocado por Bolsonaro. Lorenzo corroborou que houve preocupação com crimes eleitorais e reiterou a isenção de Torres.
Moraes repreendeu Lorenzo, enfatizando a importância de se ater aos fatos durante o depoimento. A audiência, embora breve, também ouviu Rosivan Correia de Souza, coronel da Polícia Militar do DF, que foi ironizado por Moraes sobre a hierarquia da polícia.