Ex-ministro de Dilma defende no STF acusada de participar de tentativa de golpe contra Lula
Eugênio Aragão, ex-ministro e defensor de longas datas de Lula, assume a defesa da delegada Marília Ferreira de Alencar, acusada de omissão em relação aos atos de 8 de janeiro. A análise da denúncia contra ela e outros acusados está prevista para os dias 22 e 23 de outubro no STF.
Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff e advogado histórico do PT, irá defender, nesta terça-feira (22), a delegada da Polícia Federal Marília Ferreira de Alencar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Marília é acusada de omissão nos eventos de 8 de janeiro e de atrapalhar o deslocamento de eleitores de Lula durante o segundo turno das eleições de 2022.
Aragão, que já defendeu Lula nas campanhas de 2018 e 2022, assumiu o caso sem remuneração, a pedido de Marília, com quem mantém amizade de mais de 30 anos. Ele ressalta que a decisão não está relacionada a afinidades políticas.
Marília, parte do núcleo de acusação por golpismo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, é considerada uma "direitista" por Aragão. Apesar das divergências, ele defende que o drama humano superou sua posição ideológica.
O grupo de acusados inclui outros nomes, como Silvinei Vasques e Fernando de Sousa Oliveira, envolvidos em tentar garantir a permanência de Bolsonaro no poder após sua derrota.
A delegada teria fornecido à PRF informações sobre eleitores de Lula, facilitando blitze que dificultaram seu acesso às urnas. Após a troca de governo, sua atuação foi questionada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Aragão defende Marília, afirmando que ela não atuou junto à PRF para barrar eleitores e que cumpriu sua função ao elaborar relatórios durante os eventos de 8 de janeiro.
A análise da denúncia contra o grupo ocorrerá entre os dias 22 e 23 de novembro de 2023.