Ex-FAB diz que Braga Netto incentivou ataques a ele e que até hoje é chamado de "melancia"

Ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou que general Walter Braga Netto incentivou ataques contra ele e sua família para coagi-lo a apoiar uma tentativa de golpe. As declarações foram feitas em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como testemunha na ação penal contra Jair Bolsonaro, Braga Netto e outros seis indivíduos, Baptista Júnior relatou ter sofrido diversos ataques por não apoiar a iniciativa antidemocrática.

Questionado sobre a origem dos ataques, afirmou que soube pelo Polícia Federal (PF) que Braga Netto estava entre os responsáveis. Ele ressaltou que essas tentativas de intimidação visavam mudá-lo de posição, mas reafirmou sua firmeza em suas convicções, mesmo com ataques direcionados à sua família.

O ex-comandante mencionou que é frequentemente chamado de "melancia" nas redes sociais, um termo pejorativo que implica patriotismo exterior e comunismo interior. Ele teve que fechar sua conta no Twitter devido aos ataques.

Baptista Júnior também confirmou que o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, alertou Bolsonaro que ele precisaria ser preso caso continuasse a tentativa de golpe. Ele afirmou que Bolsonaro tinha ciência da integridade das eleições de 2022, mas agiu para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.