Ex-diretor da PRF confirma ordem para blitz em eleições de 2022, mas nega viés político
Djairlon Moura depõe ao STF sobre a fiscalização de ônibus nas eleições de 2022. Ex-diretor da PRF nega viés político e afirma que operação tinha como objetivo evitar transporte irregular de eleitores.
Ex-diretor da PRF Djairlon Henrique Moura confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que recebeu ordem para fiscalizar ônibus com destino ao Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.
Moura, ouvido como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, negou viés político na operação. Ele informou que a ação foi a pedido da CEOP e do diretor-geral Silvinei Vasques para investigar transporte irregular de eleitores, mas admitiu que não foram encontrados transportes irregulares.
Na época, Moura coordenava as operações da PRF. Ao ser questionado sobre uma reunião no Ministério da Justiça em 19 de outubro de 2022, ele afirmou que a reunião visava apenas pedir aos policiais um reforço nas eleições para coibir crimes eleitorais.
A PGR alega que essa reunião direcionou policiamento para regiões específicas, mas Moura negou qualquer direcionamento político e afirmou: "Foi solicitado que as instituições apresentassem seus planos".
Antes do depoimento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma "contradita" contra Moura por ele ser indiciado na investigação da tentativa de obstrução das eleições de 2018. O ministro Alexandre de Moraes permitiu o depoimento, ressalvando que Moura não poderia se autoincriminar.
Além de Moura, foram ouvidos outros quatro testemunhas indicadas por Anderson Torres:
- Braulio do Carmo Vieira
- Luiz Flávio Zampronha
- Caio Rodrigo Pelim
- Saulo Moura da Cunha