Ex-diretor da PRF admite operações de fiscalização nas estradas em 2022, mas nega viés político
Ex-diretor da PRF nega direcionamento em operações eleitorais e defende que verificações foram normais. Apesar dos depoimentos, o procurador-geral questiona a credibilidade das testemunhas sob investigação.
EX-DIRETOR DA PRF DEPOIS AO STF
O ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 27 de outubro, sobre ações no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Segundo ele, as operações foram realizadas para verificar a condição de veículos, sem impedir o fluxo de transporte. Djairlon declarou que 60% dos veículos fiscalizados não demoraram mais que 15 minutos para serem liberados.
Ele confirmou uma operação da PRF monitorando o transporte entre regiões, mas negou direcionamento para atingir eleitores nordestinos. O depoimento faz parte da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus envolvidos em tentativa de golpe.
Djairlon participou de uma reunião em 19 de outubro, onde, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), foi discutido um "policiamento direcionado". Ele refutou essa acusação, assim como comentários sobre a reunião feitos por Marília de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, contestou seu depoimento, dado que Djairlon está sob investigação por blitze no dia da eleição. O ministro Alexandre de Moraes alertou que seu testemunho poderia ser duvidoso devido ao seu status como investigado.
Outro envolvido, Caio Rodrigo Pelim, também se disse surpreso por ser parte da investigação. Ele corroborou os comentários de Djairlon sobre a reunião, afirmando que não houve policiamento direcionado.
Um relatório do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sugere que as blitze da PRF atrasaram a chegada de eleitores aos locais de votação. Na época, Silvinei Vasques, apoiador de Bolsonaro, presidia a PRF e enfrentou prisões relacionadas à investigação.