Ex-comandante do Exército nega ter impedido PM de prender extremistas
General Júlio Cesar Arruda afirma que não impediu a PMDF de agir durante os protestos de 8 de janeiro. Ele defendeu que qualquer ação para prender os manifestantes deveria ser realizada de forma "coordenada".
Ex-comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, negou na quinta-feira (22.mai.2025) ter impedido a PMDF de prender extremistas envolvidos no 8 de Janeiro, em Brasília.
Em depoimento ao STF, como testemunha de defesa de Mauro Cid, Arruda alegou que queria “acalmar” os ânimos e que a retirada dos manifestantes deveria ser feita de forma coordenada.
Ele afirmou: “Ficamos ali no QG a tarde toda... a [prisão dos manifestantes] precisava ser coordenada”.
O ministro Alexandre de Moraes questionou Arruda sobre depoimento do coronel da PMDF, que disse ter sido impedido por ele de agir, alegando: “A minha tropa é um pouco maior que a sua, né?”.
Arruda alegou ter sido informado que a PMDF planejava retirar os extremistas e que mediou com o interventor Ricardo Cappelli e o comandante da corporação para decidir como agir.
O presidente Lula havia ordenado a remoção dos manifestantes na manhã de 9 de janeiro para evitar confusões.
Júlio César Arruda, 64 anos, foi o comandante do Exército por apenas 23 dias, o período mais curto desde a redemocratização em 1985. Ele assumiu o cargo em 30 de dezembro de 2022, indicado por Bolsonaro e demitido por Lula em 21 de janeiro de 2023.
A demissão se deu após acusações de caixa 2 contra Mauro Cid.
Desde segunda-feira (19.mai), o STF ouve 82 testemunhas no processo contra o “núcleo 1” da tentativa de golpe, que inclui Jair Bolsonaro.
Na quinta-feira (22.mai), foram ouvidas testemunhas indicadas por Cid, mas o general Flávio Alvarenga Filho não compareceu e foi dispensado pela defesa.