Ex-comandante do Exército demitido por Lula nega ter impedido prisões no 8/1 em depoimento ao STF
Ex-comandante do Exército nega obstrução à prisão de manifestantes após os eventos de 8 de janeiro. Depoimento no STF revela que acompanhamento foi feito em conjunto com o ministro da Defesa, ressaltando a necessidade de uma ação coordenada.
Ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, negou impedir a prisão de manifestantes após os atos de 8 de janeiro de 2023. Ele prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que queria uma "ação coordenada" durante os acontecimentos.
Arruda, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva, foi demitido apenas 21 dias depois de assumir o cargo. Ele foi ouvido no contexto da ação penal do "núcleo crucial" sob investigação de tentativa de golpe de Estado.
Em seu depoimento, Arruda disse: "Eu não neguei [a prisão]" e afirmou ter acompanhado a situação com o ministro da Defesa, José Múcio. “Tem que ser coordenado”, ressaltou.
Quando questionado sobre uma suposta frase à Polícia Militar sobre ter mais homens armados, Arruda não se lembrou. "Ali estava um clima de tensão. Minha função foi acalmar", afirmou.
Além dele, foram ouvidas sete testemunhas que corroboraram a imagem de tenente-coronel Mauro Cid como um militar disciplinado e não politizado, sem comentários sobre insurreições. O coronel Fernando Linhares Dreus, que conheceu Cid em 1996, confirmou que ele nunca discutiu planos de atentado.
Outras testemunhas, como Luís Marcos dos Reis e general Edson Dieh Ripoli, também reiteraram essa perspectiva. O ex-chefe de Cid mencionou ter visitado o militar na prisão como forma de solidariedade.
Nesta sexta-feira (23), o STF ouvirá as testemunhas do general Braga Netto e do almirante Almir Garnier, que também são réus neste caso.