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Ex-comandante diz no STF que Bolsonaro foi avisado de que Exército não iria aderir a golpe

General Marco Antônio Freire Gomes revelou que recebeu propostas do governo Bolsonaro para intervir na posse de Lula, mas deixou claro que o Exército não apoiaria ações inconstitucionais. Depoimento ocorreu durante audiência no Supremo Tribunal Federal sobre suspeitas de tentativa de golpe de Estado.

Ex-comandante do Exército, general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, confirmou ao STF que recebeu um plano do governo Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Freire Gomes, testemunha de acusação no processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe, declarou que avisou o presidente que o Exército não participaria de iniciativas que violassem a Constituição.

No depoimento, o general destacou que teve reuniões políticas com Bolsonaro, onde alertou sobre os riscos de um golpe. Ele negou ter ameaçado Bolsonaro de prisão.

O plano para impedir a posse de Lula foi apresentado em dezembro de 2022 em uma reunião com Paulo Sérgio Oliveira, então ministro da Defesa, e os chefes das Forças Armadas. O conteúdo assemelhava-se à minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres.

As hipóteses discutidas incluíam Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Sítio e Estado de Defesa. Freire Gomes mencionou que as propostas foram apresentadas como hipóteses em estudo.

Ele se posicionou contra a intervenção no processo eleitoral e alertou Bolsonaro sobre os riscos jurídicos e a falta de apoio para qualquer ação que extrapolasse a legalidade.

O ex-comandante reafirmou que não havia base legal para a utilização das Forças Armadas e que sua equipe, juntamente com os chefes da Marinha e da Aeronáutica, chegou a um consenso contra a intervenção.

No dia 9 de dezembro, o coronel Mauro Cid chamou Freire Gomes para acalmar Bolsonaro, que estava sob pressão de grupos externos para agir. Freire estava em Fortaleza devido a problemas de saúde da mãe e enviou um representante ao encontro.

A audiência foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, com a participação dos outros ministros da Primeira Turma do STF e alguns ex-comandantes militares.

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