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Ex-comandante da Aeronáutica diz que alertou Bolsonaro sobre inexistência de fraude nas urnas

Baptista Junior reafirma ao STF que alertou Bolsonaro sobre a falta de evidências de fraudes nas urnas eletrônicas. Testemunha no processo, ele destaca a quebra da cadeia de comando e reitera a posição das Forças Armadas sobre a integridade das eleições.

Ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior, depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21).

Ele afirmou ter comunicado ao então presidente Jair Bolsonaro que não havia evidências de falhas nas urnas eletrônicas.

Baptista Junior é testemunha no processo que investiga tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro.

Segundo ele, o coronel Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro, tentou discutir fraudes nas urnas com o coronel Wagner Oliveira da Silva, membro da Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação.

Essa comissão foi criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu as Forças Armadas para garantir a transparência e a segurança das eleições.

Baptista Junior pediu ao ministro da Defesa, Paulo Sergio Oliveira, que informasse Bolsonaro sobre a inadequação da abordagem de seu assessor, que quebrava a cadeia de comando.

Ele disse que diversas teses de fraude levantadas no governo já haviam sido rechaçadas pelas Forças Armadas.

Além disso, alertou Bolsonaro sobre a qualidade do relatório do Instituto Voto Legal (IVL), que alegava fraudes nas urnas. "Esse relatório está muito mal escrito", ressaltou.

Baptista Junior relatou ter comentado a inexistência de fraudes em reuniões com o ministro da Defesa e, em especial, no dia 14 de novembro, ao discutir o relatório do IVL.

Após seu alerta, Bolsonaro entrou em contato com Carlos Rocha, presidente do IVL, colocando-o em linha com Baptista Junior.

O ex-comandante afirmou que explicou os erros técnicos do relatório, reafirmando que não havia falhas que comprometessem a integridade das eleições.

Baptista Junior é testemunha na ação penal convocada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e defesas dos réus Jair Bolsonaro, Almir Garnier e Paulo Sergio Oliveira.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias

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