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Ex-chefe do Exército nomeado por Lula nega ter recebido oferta de general para dar golpe

Ex-general do Exército depõe e nega conexão com plano de golpe durante presidência de Lula. Arruda afirma que não houve conversas sobre impedir posse do atual presidente, apesar de pressões de outros militares.

Ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, depõe no STF

Na quinta-feira, 22, Arruda confirmu ter se reunido com o general Mário Fernandes, mas negou tratar de golpe para impedir a posse de Lula.

O depoimento foi parte do processo contra o ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes relator do caso, conduziu a audiência.

Dois dias antes de ser comandante, Mário Fernandes o pressionou a impedir a posse de Lula, mas Arruda expulsou Fernandes e coronéis do gabinete. Ele negou a expulsão em seu depoimento.

Quando questionado pela PGR, Paulo Gonet, Arruda afirmou não haver conversa sobre impedimento de Lula.

Mário Fernandes é apontado na investigação como autor do plano "Punhal Verde e Amarelo", que visava atacar Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Arruda ficou no comando do Exército por apenas 21 dias, devido a uma quebra de confiança com o governo, que irritou Lula, especialmente pela resistência em permitir prisões de bolsonaristas.

Durante o depoimento, Arruda negou ter impedido a entrada de policiais militares no acampamento bolsonarista em 8 de janeiro. Ele afirmou que buscava “acalmar” a situação.

O ex-chefe da PM do DF, coronel Fábio Augusto Vieira, declarou que houve mobilização do Exército para impedir a ação da PM, o que Arruda não se recordou.

Arruda também enfrentou pressão para exonerar Mauro Cid, que fora nomeado para o 1.º Batalhão de Ações de Comando, mas não o fez.

A audiência, que ouviu testemunhas da defesa de Cid, foi breve e durou pouco mais de uma hora. Os depoentes afirmaram desconhecer um plano de golpe, elogiando o comportamento profissional de Cid.

O capitão Raphael Maciel Monteiro comentou sobre um áudio vazado de Cid, que afirmou ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimento, e destacou que Cid ficou abalado com a defesa que implicou outros militares.

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