Eufrásia: a bilionária brasileira, primeira mulher a investir na bolsa, que deixou fortuna para obras sociais
Eufrásia Teixeira Leite, uma pioneira no mundo financeiro do século 19, dedicou sua fortuna bilionária a instituições de caridade após sua morte. Sem herdeiros diretos, seu testamento gerou polêmicas familiares e transformou o legado na cidade de Vassouras.
Eufrásia Teixeira Leite (1850-1930), aristocrata, deixou uma fortuna equivalente a 1.850 quilos de ouro, cerca de R$ 1 bilhão.
Sem herdeiros diretos, ela destinou sua herança a instituições assistenciais e educacionais, beneficiando Vassouras (RJ) e Paris, onde viveu.
Pesquisadores destacam sua trajetória como pioneira no mundo financeiro, quebrando limites impostos ao gênero na época.
Seu pai, Joaquim José Teixeira Leite, ensinou às filhas matemática financeira, preparando Eufrásia para gerir os negócios da família. Aos 22 anos, após perder os pais, decidiu viver em Paris, onde investiu na bolsa de valores, se tornando a primeira mulher a fazer isso na cidade.
Eufrásia usou prepostos homens para gerir seus investimentos, mantendo controle absoluto sobre eles. Investiu em setores como ferroviário e bancário, além de imóveis.
Optou por não se casar com o político Joaquim Nabuco, preservando sua independência financeira. Levou uma vida social ativa na elite parisiense, destacando-se por sua beleza e estilo.
Em 1928, retornou ao Brasil, onde fez um detalhado testamento, beneficiando obras sociais, escolas e hospitais. O testamento gerou controvérsia, levando a sete anos de disputas judiciais entre familiares e instituições.
Apesar das polêmicas, sua vontade prevaleceu, e suas heranças fundaram várias instituições em Vassouras, que se tornaram pilares da cidade.