EUA x Alexandre de Moraes: Sanções podem chegar até a confisco de salário do ministro
EUA consideram sanções ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, podendo afetar diretamente suas finanças. Especialistas acreditam que as ameaças visam calar vozes contrárias e regular o poder das grandes redes sociais.
Sanções dos EUA contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes podem até confiscar salário do magistrado. Analistas consideram real a possibilidade de o governo Trump aplicar as ameaças.
O professor Marcos Cordeiro Pires, da Unesp, destaca que bancos brasileiros com ações nos EUA teriam que seguir as restrições. O magistrado e seus familiares poderiam ter movimentações financeiras bloqueadas, e "até o salário poderia ser confiscado", ressalta.
A ameaça se intensifica devido ao julgamento que responsabiliza redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro menciona articulações nos EUA para sanções contra Moraes, especialmente após um processo aberto no STF.
No último dia 4, Moraes determinou a prisão preventiva e apreensão do passaporte da deputada Carla Zambelli, que fugiu do Brasil após condenação.
Pires acredita que a direita americana quer silenciar quem regulamenta as Big Techs. O professor Eduardo Mello, da FGV, vê possibilidade real de sanções ao ministro, destacando a fragilidade do Brasil em retaliar os EUA.
Antonio Jorge Ramalho, da UnB, afirma que as ameaças dos EUA visam mais a ideologia conservadora do que o Brasil, sugerindo que as obrigações são parte de um movimento maior, influenciando também a Europa.
Mello complementa que o Brasil está inserido em um contexto global, que envolve aliados de Trump e iniciativas contra regulação das redes sociais.