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EUA vs. China: o fim do ‘New Bretton Woods’?

A intensificação das tarifas do governo Trump impulsiona a guerra comercial com a China, gerando incertezas sobre o futuro do sistema financeiro global. O impacto dessa dinâmica pode abrir novas oportunidades comerciais, especialmente para o Brasil, ao se reconfigurar as relações econômicas internacionais.

A guerra comercial entre China e EUA foi intensificada pela administração Trump, trazendo novos desafios para a economia global.

Economistas já discutiram um modelo alternativo de funcionamento do sistema financeiro global, conhecido como The New Bretton Woods, que emergiu entre 2004 e 2006.

Esse modelo coloca os EUA como centro (emissor de moeda e consumidor) e a China como periferia (produtora eficiente e exportadora).

Entre os efeitos desse sistema:

  • Crescimento econômico rápido na China.
  • Financiamento barato nos EUA, sustentando consumo elevado.

Estatísticas revelam que o superávit comercial da China com os EUA desde 2006 é de aproximadamente US$ 320 bilhões/ano, totalizando US$ 5,8 trilhões.

As reservas cambiais da China aumentaram de US$ 1 trilhão em 2006 para US$ 3,2 trilhões em 2024, com 58% a 60% em dólares americanos.

As compras de Treasuries americanos também cresceram significativamente, indicando uma interdependência que pode estar em fim com a guerra tarifária.

Para o Brasil, os efeitos podem ser positivos, especialmente no setor agroexportador, com novas oportunidades comerciais emergindo.

Um possível futuro pode ser um mundo com menos barreiras tarifárias e referência às vantagens comparativas de cada país.

A intrigante política atual dos EUA, sob o Partido Republicano, reflete estratégias lembradas da esquerda latino-americana dos anos 1970, ressaltando a defesa da indústria local e tarifas comerciais.

Concluindo, estamos apenas no começo de um novo cenário econômico que desafia previsões de longo prazo.

Edison Ticle é CFO da Minerva Foods.

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