EUA restringem exportações de peças de aeronaves e chips para a China

Donald Trump proíbe exportação de peças e tecnologias de motores a jato para a China. A medida visa impactar o desenvolvimento da indústria de aviação chinesa.

Segundo o New York Times, o Departamento de Comércio dos EUA orientou empresas de automação de design eletrônico, como Cadence, Synopsys e Siemens EDA, a interromper o fornecimento de tecnologias para a China.

A licença de exportação para a estatal Commercial Aircraft Corp of China (Comac) foi suspensa. A Comac depende de motores da GE Aerospace para seus aviões C919.

O Bureau of Industry and Security (BIS) enviou cartas informando sobre a nova diretriz, mas a notificação não parece ter atingido todas as empresas de EDA. O CEO da Synopsys, Sassine Ghazi, afirmou estar ciente, mas não recebeu notificação do BIS.

Essa medida complica ainda mais as relações comerciais entre EUA e China, que já estão sob o impacto de restrições anteriores, como a proibição de chips de IA pela Nvidia.

A China havia pausado temporariamente as entregas da Boeing em retaliação, mas reverteu a decisão após uma trégua tarifária de 90 dias.

Um porta-voz do Departamento de Comércio indicou que a revisão das exportações estratégicas para a China está em andamento.

O Financial Times alertou que Trump planejava incluir fabricantes chineses de chips em uma lista negra, dificultando a fornecimento de tecnologia americana.

Christopher Johnson, ex-analista da CIA, destacou que os novos controles de exportação podem ameaçar a trégua tarifária entre os países.

Embora a GE Aerospace não tenha comentado, a Comac estocou motores suficientes para evitar escassez de suprimentos a curto prazo.

O software EDA representa uma parte crucial na cadeia de suprimentos de semicondutores. As empresas Americanas dominam o mercado, com a Synopsys gerando quase US$ 1 bilhão em vendas para a China em 2024.