EUA passam Rússia como maior fornecedor de diesel ao Brasil
Estados Unidos superam Rússia e se tornam o maior fornecedor de óleo diesel do Brasil em julho. A mudança acontece em meio a pressões internacionais e possíveis sanções comerciais contra a Rússia.
Estados Unidos superam a Rússia como maior fornecedor de óleo diesel para o Brasil em julho, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esta mudança reverte a liderança russa que durava meses.
A dependência do diesel americano cresce em um cenário de aumento de pressões internacionais para sanções contra países que compram combustíveis da Rússia, o que pode complicar possíveis retaliações brasileiras às tarifas impostas pelos EUA.
No período de 1° a 21 de julho, os Estados Unidos representaram 45% do diesel importado pelo Brasil, enquanto a Rússia respondeu por 35%. Em 2024, a Rússia era responsável por mais de 60% das importações de diesel do Brasil.
O Brasil, deficitário na produção de diesel, depende de importações para abastecer aproximadamente 20% do mercado. Historicamente, comprava principalmente dos EUA, mas a Rússia ganhou espaço após o início da guerra na Ucrânia, oferecendo diesel mais barato.
Entretanto, com pressões internacionais contra o comércio com a Rússia, grandes distribuidoras começaram a buscar novos fornecedores. Dados da consultoria Argus mostram que, em junho, o diesel russo representava 45,7% das importações, e os EUA, 30%.
O fortalecimento das críticas ao comércio com a Rússia resultou em uma ofensiva por parte de parlamentares do Brasil e da União Europeia, que propuseram sanções comerciais severas.
Mesmo com as grandes distribuidoras se afastando de fornecedores russos, pequenas e médias empresas continuam a optar pelo diesel mais barato. Por exemplo, navios de bandeira portuguesa e grega estão atualmente transportando diesel da Rússia para o Brasil.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil não planeja impor restrições às importações russas, pois elas ajudam a manter os preços do combustível mais baixos.
A ANP também observa que os Estados Unidos aumentaram seu papel como fornecedor de gasolina e gás de botijão, correspondendo a 15,7% e 75% das importações brasileiras, respectivamente.
A agência ressalta que os produtos importados geralmente levam, no mínimo, um mês após a contratação para chegar ao Brasil, sugerindo que as importações dos primeiros 20 dias de julho podem ter sido acordadas antes das ameaças de sanções.