EUA não devem isentar café do Brasil por ter outros fornecedores, diz integrante da Casa Branca
Trump decide não isentar o café brasileiro de sobretaxas, apesar da expectativa inicial. Setor cafeeiro brasileiro se mobiliza para tentar evitar desvantagem competitiva diante de alternativas de fornecedores.
Estados Unidos não isentarão o café importado do Brasil de surtaxas. A avaliação foi feita por um integrante da Casa Branca em meio às discussões sobre tarifas.
Antes do anúncio do presidente Donald Trump, havia expectativa no Brasil sobre possíveis isenções. Entretanto, o decreto não incluiu o café entre os quase 700 itens isentos.
Ainda existem dúvidas se alguma exceção global pode ser aplicada ao café. Contudo, representantes brasileiros avaliam que as tarifas de 50% se aplicam ao produto devido à combinação de país de origem e tipo de produto, prejudicando a competitividade do Brasil.
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA, com importações entre 20% e 30% das safras. Empresários estão contratando lobbistas nos EUA para negociar uma possível isenção.
Além do café, o Brasil fornece 12% do açúcar de cana e 9% da carne bovina importada pelos EUA. Algumas empresas americanas consideram buscar café de países como Vietnã e México, mas a qualidade e os preços diferem dos grãos brasileiros.
A Colômbia, segundo maior fornecedor, tem uma tarifa de 10%, muito inferior à do Brasil. Aumentar a produção local para compensar a falta do café brasileiro é desafiador.
Tom Madrick, da Consumer Brands Association, incentiva o Brasil a buscar um acordo que reconheça a importância do café. A associação já obteve isenção para outros produtos e considera o café essencial.
Com o aumento das tarifas, o preço do café nos EUA subiu. Em maio, o preço médio de meio quilo era de US$ 7,93, um aumento em relação a US$ 5,99 em 2024. Economistas alertam para um possível aumento de até 25 centavos no preço ao consumidor devido à dependência do café brasileiro.