EUA e Irã voltam a conversar sobre a questão nuclear
Diálogo entre EUA e Irã busca reconstruir negociações sobre programa nuclear após anos de tensão. Esperanças de um acordo são acompanhadas de desconfiança por parte do Teerã em relação às intenções americanas.
Estados Unidos e Irã se reencontram para a segunda rodada de conversas sobre o programa nuclear de Teerã. O encontro ocorre neste sábado em Roma, Itália, liderado por Steve Witkoff, enviado de Trump, e Abbas Araqchi, ministro das Relações Exteriores iraniano.
Na semana passada, ocorreu um encontro inicial em Mascate, Omã, considerado construtivo por ambos os lados. As relações diplomáticas entre os dois países estão rompidas há mais de 40 anos.
A retomada do diálogo foi uma iniciativa de Donald Trump, que ameaçou uma ação militar contra o Irã. Segundo Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã está próximo de adquirir armas nucleares.
As conversações começaram em 2015 com um acordo multilateral, mas os EUA se retiraram em 2018 durante o primeiro mandato de Trump, levando a um aumento das sanções e pressão máxima sobre o Irã.
Na última quinta-feira, Trump comentou que não tem pressa em agir militarmente, sugerindo que “o Irã quer conversar”. No entanto, Araqchi, em visita a Moscou, expressou desconfiança sobre as intenções dos EUA, afirmando que haverá participação nas negociações apesar das dúvidas.
A Comissão de Segurança Nacional do Irã pediu mediação de outras nações, como Rússia e China, durante as negociações com os EUA. O Irã não aceitará demandas consideradas irracionais e não irá interromper toda sua atividade nuclear.
Desde a retirada dos EUA do acordo, o Irã enriqueceu urânio acima do limite de 3,67%, chegando a 60%. O país limita as negociações ao seu programa nuclear e sanções, com a interrupção total da atividade nuclear sendo uma “linha vermelha”.