EUA e Irã avançam em diálogo sobre novo acordo nuclear
Conversas indiretas entre EUA e Irã em Omã sinalizam avanços em direção a um novo entendimento nuclear. As delegações estão otimistas, mas ressaltam que a solução requer compromisso e "vontade política" de ambas as partes.
Estados Unidos e Irã anunciaram neste sábado (12.abr.2025) que tiveram “conversas construtivas” sobre um novo acordo nuclear.
O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, informou que os países estão “muito perto” de iniciar negociações formais e planejam nova rodada de conversas na próxima semana.
As discussões ocorreram em Omã, mediadas pelo governo local e de forma indireta, com delegações em salas separadas.
Essa foi a primeira reunião relevante desde a saída dos EUA do acordo nuclear de 2015, durante o governo de Donald Trump.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Irã, os encontros foram em um “ambiente construtivo e de respeito mútuo”. As delegações foram lideradas por Araghchi e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.
Após a reunião de cerca de duas horas e meia, Araghchi mencionou que os EUA demonstraram interesse em um entendimento, exigindo “vontade política de ambas as partes” e que um acordo deve ser alcançado “o quanto antes”. No entanto, ele reconheceu que o processo “não será fácil”.
As negociações ocorrem em um contexto de tensão militar crescente. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o Irã “pagará caro” se não seguir as políticas de Trump sobre armas nucleares.
O acordo de 2015 estabelecia limites ao enriquecimento de urânio e inspeções em troca do alívio de sanções internacionais. Após a saída dos EUA em 2018, o Irã intensificou suas atividades nucleares.
Teerã alega que não pretende produzir armas, mas sim energia nuclear. Contudo, a preocupação dos EUA é que o Irã tenha aumentado a quantidade de centrífugas, potencializando o enriquecimento próximo aos 60%, necessitando de 90% para criação de bombas.
Ainda não há detalhes sobre como será um novo acordo, e Trump impôs um prazo até maio para avanços nas negociações.