EUA dizem que Europa precisa se defender sozinha
EUA anunciam mudança na estratégia de defesa da Europa e pedem que países do continente assumam mais responsabilidades. A transição pode impactar a segurança coletiva da OTAN em meio à ameaça russa crescente.
Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que os Estados Unidos não serão mais o principal pilar da defesa da Europa. Sua declaração foi feita durante um encontro da Otan em Bruxelas, onde disse que “agora é a hora de a Europa agir”.
Hegseth destacou a necessidade de avaliar continuamente a postura militar dos EUA e que não é viável estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
Ele mencionou a estratégia de Donald Trump de focar na segurança interna americana e na China, defendendo a fronteira sul.
Sobre o papel da Rússia, Hegseth indicou que isso não está sendo adequadamente considerado e que a mensagem de Trump tem sido de acomodação com o Kremlin.
Hegseth não confirmou se isso significava o fim do apoio dos EUA à Ucrânia na guerra e elogiou Trump por pressionar os países europeus a aumentar os gastos militares.
- Em 2014, apenas 3 de 28 países da Otan atingiam a meta de 2% do PIB em defesa.
- Hoje, 24 de 32 países estão nessa meta, impulsionados pela agressividade russa.
- Trump estabeleceu uma meta de 5%, considerada irrealista por analistas.
O impacto da mudança de postura dos EUA envolve o comprometimento da defesa mútua da Otan, que sempre contou com o guarda-chuva nuclear americano.
O ministro da Defesa da Alemanha anunciou um aumento de mais de 30% no contingente militar, enquanto o secretário-geral da Otan propôs expandir as forças de combate de 82 brigadas para 131.
Hegseth afirmou que a resposta da União Europeia à pressão dos EUA inclui uma meta de gasto militar equivalente a R$ 5 trilhões, com vários países aumentando seus investimentos na defesa.
O objetivo estratégico de Putin ao atacar a Ucrânia de redesenhar a segurança europeia parece estar avançando, deixando incertezas sobre o futuro.